O clássico “luzes, câmera e ação” não dá conta do ator, produtor e roteirista Lucas Drummond. Nos palcos, no streaming e no cinema, o carioca traça um caminho múltiplo nas artes. Antes de estrear na MAX com “Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente” ainda esse ano, Drummond chega à São Paulo com o espetáculo “Órfãos” em 12 de junho para temporada no Teatro FAAP até 1º de agosto. Com direção de Fernando Philbert, produção do próprio Drummond e texto original de Lyle Kessler, a versão brasileira da peça norte-americana traz ainda Ernani Moraes e Rafael Queiroz no elenco.
“Estou muito empolgado para finalmente estrear o espetáculo em São Paulo, depois de um ano em cartaz no Rio de Janeiro. São Paulo respira arte e eu sinto que a trajetória do projeto não estaria completa sem uma temporada na cidade. Esse também é o meu retorno aos palcos paulistanos depois de 3 anos” conta Drummond, que se apresentou na capital paulista pela última vez com o “O Pescador e a Estrela”, em 2021, quando o país retomava as atividades culturais após o auge da pandemia da Covid-19.
“Órfãos” garantiu a Ernani Moraes o Prêmio APTR de Melhor Ator Coadjuvante e a indicação de Drummond a Melhor Ator no mesmo prêmio. Ao todo, o espetáculo recebeu 17 indicações a prêmios. A peça, originalmente escrita em inglês e traduzida por Diego Teza, não será o único material internacional na agenda de Lucas em 2024.
Em “Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente”, o ator interpreta West, um dermatologista norte-americano que, além de se envolver com o personagem de Johnny Massaro, Fernando, tem uma responsabilidade: ele facilita o contrabando de AZT, medicamento usado para combater o HIV, para o Brasil no auge da epidemia da AIDS, período abordado pela minissérie.
“É um projeto do qual eu tenho um orgulho enorme. Uma série que dá voz à diversidade sexual e de gênero, o que é uma questão bastante presente na minha trajetória artística, e que retrata um capítulo muito importante da nossa história, mas pouquíssimo explorado na dramaturgia brasileira. HIV tem prevenção e tratamento e enquanto não falarmos sobre isso, a gente não vence o estigma e o preconceito em torno desse vírus” acredita Drummond.
Com estreia prevista até o final de 2024, a minissérie conta ainda com Ícaro Silva e Bruna Linzmeyer no elenco. A trama é baseada na história real de um grupo de comissários de bordo responsável pelo esquema de transporte ilegal do medicamento para o Brasil. Interpretar o médico estadunidense desafiou Drummond.
“Como as minhas cenas se passam todas nos Estados Unidos e o personagem é norte-americano, os diálogos são todos em inglês. E amei essa experiência! Sempre quis usar as línguas que falo no trabalho, e veio aí. Quem quiser me ver “lacrando” no “English”, fica de olho (rs)” brinca.
Além da minissérie, Lucas vai levar diversidade às telas também com “Apenas Coisas Boas”, do diretor Daniel Nolasco, com previsão de estreia para o início de 2025. Nolasco, responsável por “Vento Seco” (2020), agora aposta num romance com uma pegada à lá “Brokeback Mountain”, de 2005. Esse será o primeiro protagonista do ator em um longa-metragem. As filmagens, todas realizadas em Goiás, já foram uma experiência marcante para Lucas, nascido e criado no Rio de Janeiro.
“O filme retrata um universo completamente diferente do meu. Tive que aprender um monte de coisas. Pear vaca, tocar gado pro pasto, tirar leite, fazer queijo, montar, atirar, enfim! Foi o máximo! Poder interpretar personagens completamente diferentes de mim é o que mais me encanta nessa profissão. Tudo isso em um projeto que eu acredito, ao lado de pessoas extremamente talentosas e amorosas? É um luxo!” comemora o ator.
Continuando seu trabalho em diversas frentes, Lucas já tem outra estreia para o mês de junho além de “Órfãos” em São Paulo, e novo espetáculo para acompanhar seus lançamentos de 2025.
“No dia 28 de junho, lancei o meu curta “Todos Os Prêmios Que Eu Nunca Te Dei”, no YouTube, depois de uma linda carreira em festivais. O filme é o meu segundo roteiro, escrito em parceria com a Mel Carvalho, e eu estou em cena ao lado do Matheus Campos. No teatro, comecei a pré-produção de “O Formigueiro”, escrito e dirigido pelo Thiago Marinho. Trata-se de uma comédia dramática sobre as relações familiares, com o Alzheimer como pano de fundo. O espetáculo estreia no primeiro semestre de 2025” adianta Drummond.